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Fábrica de Caroá: História e Memória

No dia 9 de setembro de 1935 é inaugurada a Fábrica de Caroá, investimento do grupo JOSÉ DE VASCONCELOS & CIA do Cel. José de Vasconcelos e Silva. Tal evento trouxe muita euforia e esperança para os habitantes de caruaru e região, pois trazia consigo oportunidade de emprego para a população e, sobretudo, desenvolvimento industrial para o interior do agreste pernambucano.
Neste momento de industrialização em Caruaru, o que mais se produzia era o beneficiamento do algodão e, a partir da Fábrica de Caroá, barbantes, sacos de estopa, tecido, fios para vela e outros derivados.
Para tanto, uma área com pouco mais que 41.000 metros quadrados foram necessários para construção dos prédios onde funcionava o maquinário, casa das máquinas, carga e descarga, deposito para estoque e escritórios. Funcionários a princípio foram mais 350 que trabalhavam nas mais diversas áreas, chegando a produzir no início da década de 1940 um extraordinário número que ultrapassa um milhão de quilos de fibra por ano.
O sucesso desse empreendimento era notório. O Cel. José de Vasconcelos, com visão além de seu tempo, constrói a vila operária, o clube dançante, a escola da Caroá, o campo e a quadra de futebol, a enfermaria nas intermediações do prédio, além de oferecer outras coisas que viessem a acertar. A cidade crescia ao redor da fábrica e com ela.
Porém, passado alguns anos, não mais aos cuidados do Coronel, a Fábrica apresenta desgaste industrial. Sem novos e modernos investimentos a Caroá perde espaço para as concorrentes. Mas, produzindo pouco e defasadamente se mantém funcionando até 1970.
Entretanto, no mesmo ano, com incentivo financeiro do Banco do Brasil, volta a funcionar por mais oito anos, até que em 1978, com dívidas como: salários atrasados, empréstimo não quitado junto ao Banco do Brasil, e outras questões colocadas pelo Sindicato de Fiação e Tecelagem de Caruaru, a Fábrica de Caroá fecha as suas portas findando a história de um império escrito por muitos que passaram por ela. E aqui me refiro aos nobres funcionários.
Hoje, anos depois do fechamento de tão importante empreendimento fica a saudade e a vontade, os momentos e as lembranças, saudosas lembranças da Fábrica de Caroá.


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